quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

As trocas e desvios de olhares faziam as dores das queimaduras e traições se confundirem, dores que enraizam até os ossos. O tom de proibido sempre excita mais, fazendo-o se questionar sobre como estaria reagindo se o contexto fosse outro.
De toute façon, il a flashé sur lui. Essa definição que só os franceses conseguem ter sobre instantaneidade.
Isso e as velhas tradições.
Sentia o calor que subia. Os dedos que se procuravam silenciosamente. Terminando sempre com as timidamente obscenas trocas de olhares. Não sabia o que estava fazendo, não sabe o que está fazendo, mas faz.
O registro de algo que não aconteceu. Carícias e preocupações.
E aí veio a porta entreaberta, o boom de cores afagos inspirações -aspirações- ofegantes. Inconsequência do hálito alcoolico.
"Aqueles momentos bons onde as palavras não se fizeram necessárias, aah esses eu lembro"

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

réponse - na verdade não

C'est plus facile de n'aimer pas l'amère. Quoiqu'il me semble être la nouvelle vague du moment. Non, en effet il y etait toujours. Des types (des amères) il y en a plein, mais on prend du temps pour le savoir - et apprendre a les savourer - ça, je crois, car on a la mauvaise habitude de lui regeter et l'oublier dès le moment qu'on le trouve, par hasard ou pas. (apprendre avec ça)
Bon, en revenant à cette fascination, il me semble venir des esprits moins pratiques: des reveurs, ces êtres qu'ont le besoin de se sentir vivants mais sans se limiter à ce qui est paupable et même doux. L'amère peut choquer. Comme il peut passer inaperçu. Mais tous les saveurs sont comme ça, il faut pas avoir des préjugés. Regeter le saveur - et le plaisir - facile du sucrée est une grande tâche mais l'extrème nous montres des pauvres d'esprit aussi. L'obscenité des sucres peut être effrayant... et grandissant. Bref, ce que je veux dire c'est que por moi n'importe le saveur. J'aime bien les amères, tout en savant qu'il y en a des intolerables. Le sucrée c'est toxique, bien sur, mais on a de vices et on ne peut rien faire. J'ai même pas parlé sur l'odeur fascinant de l'acide et la passion chaude du salée.Il y en a encore ceux qui piquent.
L'important dans le cas c'est que ça m'apporte quelque chose, je veux seulement eviter l'insipide de vivre chaque jour sans rien voir experimenter vivre entendre dire et sentir. Donc si tu/ça peut m'apporter des nouvautés et peut-être même partager des anciennes, les reessayer, venez avec intensité. La duration, ça ne m'importe pas, j'ai appris à faire mes reserves au bas de ma langue.

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Não se planejam passos nem se vai a deriva. As coisas se tornam intangíveis por que elas as querem assim e você não pode jogar culpas sobre elas, nem sobre você.
Eu aprendi que a memória me serve não com o principio maior de me recordar das diversas situações vividas ou desejadas, mas sim de me lembrar como sou mutável e efêmero - e muitas vezes como rejeito aprender. Já fui tantas coisas que desprezo e tantas outras que admiro, mesmo sem saber de onde vem... vem os sentimentos. E se ajo como sujo, não me importo tanto, minha ética sou eu, é minha carga, minha vivência moldável.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

sem bases

[Deixe-me ficar, este é o certo
Fique você na sala, comigo]

O erro é o verbo? Não, são mais pronomes, eu, tu.

A linguagem é mesmo um mistério pra mim. Já ouvi dizer que a palavra está morta. Usar esse sistema de símbolos para exprimir o intangível, o sensível e subjetivo de cada um parece grosseiro.
Medo, moral, amor, ética? O que eu quero exprimir é o que você entende?
Você capta as vibrações que minhas cordas vocais provocam no ar, ou decifra essa série de símbolos no papel e inevitavelmente faz conexões, sinapses, lembra experiências passadas ou a falta de, e assim sua expressão muda, para aquela expressão de compreensão. Você compreende da sua forma. Discutir essas coisas me cansam - as vivências são vivas, únicas; as impressões muitas vezes deformadas, quase inventadas - por isso muitas vezes eu apenas escuto.
E me sinto mais confortável com o que ninguém entende.

domingo, 24 de outubro de 2010

Retomada.

Desta vez sem mesmo conseguir o que nós pretendíamos acabamos descobrindo que estávamos enganados, que não nos saciariamos como outrora pensamos.
O que não é bom, talvez seja um passo a frente, sim, mas definitivamente é melhor ter metas no lugar dessa bússola desnorteada que não sabe para onde me guiar.
O inalcansável parece ter deixado de ser a minha problemática, isso é preocupação para depois, mas no que pensar logo depois de entregar as pálpebras ao breu que costumava te ninar tão bem?

Meu romantismo idílico talvez tenha evoluído - contra a minha vontade racional- e tenha aflorado em algo que promete ser amargo. Amargo. Não sabemos, mas decididamente solitário.
Difícil de nos compreender, mas é como se nós esquecêssemos de uma parte de nós, da nossa história, algo que não poderia ser perdido e que agora só deixou deliciosos pedaços de rastros, acredito que bem mais saborosos do que as experiências que foram, somente para nos deixar mais melancólicos. O que vem agora? Não se sabe, mas esperamos que essa experiência nova ao menos não seja esquecida.

sábado, 5 de junho de 2010

- tu comprends que c'est bientôt finni?
- oui, mais on parle pas de ça, on a science sociale maintenant.
- ça me rappele des choses. et me donne des envies aussi... est-ce que je peux parler portugais avec toi? tu reponds seulement "aham" à chaque phrase que je dis, comme ça j'aurais l'impression que je parle portugais avec quelq'un.
- aham...
- super!
- ...
- então... eita, não sei.
- aham.
- tá, você gostou da aula de matemática?
- aham.
- heh j'ai demandé si tu as bien aime le cour de math.
- ah, aham.
- bon, ça marche pas, oublies.
- non, fait comme ça donc, dit tout ce que te fait mal, tout ce que tu as envie de dire. de toute façon ni moi, ni personne va comprendre et ça peut te soulager.
- eu me sinto sozinho.

-aham.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

mais uma segunda-feira.
36 dias.

sábado, 22 de maio de 2010

das dores

Uma coisa que não podemos é desmerecer a dor.
A dor não é nada burra, a dor.
Ela nos engana, se modifica, se desloca. Um ser a parte.
A artimanha que mais tem meu respeito é a capacidade de mudar de intensidade. Nós nos habituamos muito rápido a tudo, e quando algo começa a ser contínuo, cíclico, previsível, nosso cérebro começa a ignorar e isso pára de nos gener.
A dor, ela conhece bem isso - as nossas sinápses racionas e as automáticas - e assim muda de forma e intensidade toda hora, sempre nos lembrando que ela está lá.
É, a dor não é nada burra...

domingo, 9 de maio de 2010

O pêso do futuro brilhante

É normal me sentir repetitivo.
Não, não que eu repita as coisas. Talvez também. Mas não isso.
Repetitivo no sentido de repetir o que os outros já fizeram.
(Objetividade) Os erros que os outros já fizeram.
Eu não queria ser assim umbigolista.
Eu tenho avançado, sabia? Eu tenho pensado tanto no próximo...
É, talvez até de mais.
Mas como posso eu realizar minhas mais profundas necessidades e, ainda, por o próximo antes de mim?
Tudo bem, eu nem sei quais são os meus quereres, o próximo pode passar na minha frente enquanto eu reflito. E aí vem o medo de passar a vida inteira ali, meio deslocado da fila, meio que guardando meu lugar, mas dizendo com um sorriso instantâneo "não, não, pode passar, eu tô esperando." E bom, ficar lá refletindo. E esperando.

sábado, 10 de abril de 2010

des aprentissages d'une voyage au l'Est

le schéma actuel c'est de aller plus loin,
même si ça implique en revenir au passé.


et je doit avouer que je n'explique rien.
jamais.

domingo, 14 de março de 2010

en.vies

Je lis Julio Cortázar et ça me donne envie de faire l'amour tout un après-midi avec toi, dans un de ces jours chauds et si clairs d'été. J'ai envie de cette sensation d'être vide; fatigué mais heureux. J'ai envie de l'envie de prendre une duche seul après des heures couché, ou en courent pour l'appartement, avec toi. Et après nous serions prets pour sortir dans l'encore chaud coucher de soleil, prendrions un bus ou ta voiture, avec un léger sourire, ce sourire qu'indique la satisfaction de la cumplicité.
Nous trouverions les copins, peut-être eux avec le même (mais different, tu me comprends) surire, dans la nuit que comence a tomber fraiche et nous vides, fatigués et heureux en train de parler sur n'importe quoi si profond sans penser au landemain, parce que le landemain apporte toujours les angoisses.
Dès que tu me regarde je vais comprendre que c'est l'heure de rentrer ou que toi tu as envie de rester encore, et moi, je dirait oui parce que mon envie c'est ton envie.

sábado, 6 de março de 2010

Orlanda parte 1

E de repente eu estava lá. O crepúsculo caindo sobre todas as coisas como um véu, confundindo nossos olhos (na verdade só os meus, vocês entederão), a grama recém cortada roçando os meus seus pés. E a lua (eu lembro da lua), a lua ia alta, livre, cortada de forma crua, como um spot flutuando no palco quase enegrecido, despindo-nos, nós já tão nús (eu na verdade não sabia se era ele ou ela ou se... ou se eu poderia mesmo definir um sexo para ele, pois no fim o sentia masculino, como sempre senti os anjos, os gatos e o historiadores.)
O banho prata brilhava sobre sua pele cúprica, polida e úmida. Eu o sentia frio, ou eram os arrepios que seus olhos me davam, eles pareciam me atravessar, mirar sem ver. É, o que vem primeiro quando eu fecho os olhos nesse momento são seus globos oculares me fixando, me impedindo de mover, mas ao mesmo tempo tão opacos, tão vazios, nós poderiamos adivinhar quatro universos lá dentro, indiferentes, dando-me a subita impressão de que talvez eu não estivesse lá. Ele ignorava minha presença, eu estava certo que sim. Além disso seus pés formavam tudo mais irreal, ele lá, semi-ereto semi-humano, equilibrando-se sobre os dedos dos pés e somente, formando um arco firme ao longo dos pés estreitos até o calcanhar quase inexistente. Achilles invejaria esse corpo.
Eu estava quase quebrando aquele olhar oco e talvez eu corresse, talvez eu soltasse um grito que soaria mais grave do que realmente seria, talvez eu deixasse me entregar à um desmaio (eu sempre espero o desmaio) mas no instante último ele deu um passo. Um passo que eu nao saberia vos dizer se fora para frente ou para trás, mas isso pouco importa, ele deu um passo. Fixando-me, sempre. Um passo apenas como um aviso, um prólogo, um não te movas eu te escuto.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

"e as nuvens passando pelo meu teu seu nossos vossos seus rostos"





c'est à moi de decider.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Esperar a morte(...)

"Um sábio, talvez, mas Henry preferia alguém que gritasse quando se queimasse.
(...) o sono parecia a morte, então adormeceu."
Bukowsky


Ele vive numa bolha. Hoje as bolhas perderam a magia. Elas se transformaram artificiais. Eletrônicas. Só as  crianças ainda se encantam com as bolhas.

Ele sai de casa e não sabe se acende o cigarro, ele não gosta de jogar as cinzas por aí.
O celular toca. Celulares nunca tocam nesses contextos. É a sua mãe, sua vizinha, sua amante.
Ele escarra palavras quaisquer de amor desinteressado. O muco continua fundo no pulmão ou seja lá onde se esconda.
Ele dá a volta no quarteirão. É um pequeno quarteirão, com muitas bolhas interessantes.
Não, interessantes não. Mas pelos menos não causam enjôo à sua bolha. É sempre um desacordo, por que ele se sente muito enjoado. É obrigado a se sentir enjoado. E aí ele finge se interessar pelo seu desinteresse no desinteresse dos outros. Ele lê as vitrines e acha que as rimas cabem nos contos.
Chega à segunda esquina e a neve fondida começa a cair. E sua bolha explode e ele se sente sujo. Tudo que ele vê é sujo. Ele deprime com a sujeira, assim. Gelado, ele deprime consigo mesmo.
Ele acende o cigarro, droga é o último. Usa as moedas que não tem pra comprar alguns avulços de alguma marca turca. Inalar naftalina. Nem por isso seu mofo muco se vai.
Ele chega no hall, meio molhado, meio branco. Ele é a via láctea. Ele não olha nos olhos das pessoas. Ele sobe 7 andares em 25 minutos. Põe a chave na porta, abre, entra no que não é seu. Sem perceber, após re-aspirar  ar de papel de parede úmido, sua bolha se refaz. Ela se refaz e ele pensa: Onde eu estava com a cabeça? O futuro é o que importa! E eu abstraio conscientemente que o futuro é a morte.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

mudando

O meu primeiro texto em francês. Da época em que eu tinha acabado de chegar e sabia ainda o que é o Sol.

Qui suis-je?

Je suis un état. Maintenant je suis un étudiant d'échange brésilien qu'a 18 ans et que va rester en Belgique pour un année. J'ai déjà été un bébé qui ne criait pas, un jeune garçon qui amait bien lire, un adolescent qui se réinventait à chaque jour. Je sais que je vais me tourner vers beaucoup d'autres choses encore et j'aime le fait que tout change à tout le moment.

En fait j'ai un million de rêves, mais j'essaye de vivre le maintenant parce que je sais que tout ça va changer à mesure que je change dans cette éternelle metamorphose, et mes rêves aussi, ils changent à chaque instant.

J'ai l'air de l'éphémérité par le moment* mais je pense que c'est à cause de l'âge et que ça va aussi changer.

Ce qui me fait plaisir, ce sont les arts, les langues, la litterature, le cinema, le thèatre, la communication, le fantastique et le merveilleux, parce que ça m'aide à imaginer l'évantail de choses que je peux faire et comment je peux m'exprimer, autant ce que la vie peut mettre sur mon chemin.

Bon, je peux grossir, je peux perdre mes cheveux, je peux ainssi devenir fou et oublier tout ce que j'ai déjà été et ce que je sais. Mais il y a de choses que sont immutables, je vais toujours m'appeler Andrei Meurer de Andrade et je vais toujours avoir quelque chose a devenir, jusqu'au moment où la mort m'embrasse. Et aprés? Comme le dirait Emília, aprés je serai hypothése.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

c'est à toi de decider.