segunda-feira, 26 de maio de 2008

queria eu ter uma varinha.

apesar do pobre coitado não ter nada a ver com a história, sinto vontade de feri-lo.
quem sabe tocar em uma ferida velha, aquela que bem sei eu! ah, seria ótimo perguntar de forma impertinente sobre aquela marca ali, tão aparente, aquela alí ó, não adianta esconder!
poderia fazer isso de modo lento, começando como quem nao quer nada, e ZAP!
como estou sádico.
mas... ele não tem culpa de nada, o coitado, vítima.

como sou sujo.

tentaria justificar a minha sujeira, dizer que aquele encardido ali foi deixado por tal pessoa no caminho da vida.
mas estaria me enganando. nao me limpo por que nao quero, por que é mais comodo assim. sou o ser do comodismo.

na verdade, chama-se a isso cano de escape.
minhas idéias de tão idealizadas estão no pedestal mais alto, não podem mais ser feridas nem escutar os meus desaforos de indignação.
resta-me mesmo é descontar a raiva nos coitados.



engraçado como sempre que escrevo aqui, parece que estou tendo déjà-vus. acabei de ter um.

terça-feira, 13 de maio de 2008

ensaio

PRIMEIRO ATO

Ambiente hindu-budista, incensos, almofadas coloridas e tecidos estampados pelo chão.

Bolinhas de sabão pairam pelo ar.

Há uma bacia rasa e discreta, com água e sabão, e um arame em circuferência grande com haste, para fazer bolas de sabão maiores, logo a frente das almofadas.
Não se sabe a hora nem o local exato. (Macro-rubrica)

Cena 1

Hippie.

Hippie:
Sentado nas almofadas, em frente a bacia rasa. Ainda sentado levanta a cabeça sem pressa. (Rubrica objetiva)

Expressão de paz filosófica:
(Rubrica subjetiva)
Eu sempre gostei de bolhinhas de sabão...


Brinca com as bolhinhas.
(Rubrica objetiva)

Olhar vago: (Rubrica subjetiva)
Tão puras... São só de água e sabão.
Tão coloridas... Mesmo assim, translúcidas, transparentes, como se fossem mesmo lúcidas.
Levanta-se, pega o arame em circunferência, mergulha na água e, rodando no ar, faz uma bola maior que as outras. Assiste ela tomando forma e logo depois estourar. (Rubrica objetiva)
Volta a si: (Rubrica subjetiva)
Se você se esforçar pode encontrar o sentido da vida em cada detalhe, como naquela bolha de sabão tão efêmera.
Elas são como o mundo, a natureza e a vida em sua essência!
No começo pode até parecer turbulenta e disforme. Mas é só parar para observarmos mais de perto e aquietarmos os ventos da vida que ela assume sua forma plena, infinita, com seus redemoinhos de cores.
Todo esse equilíbrio, essa plenitude pode lhe parecer até simplório. Afinal, isso é apenas água e sabão.
Mas a vida também é assim, e é assim como eu a encaro e a aceito, obviamente, não apenas de água e sabão, mas apenas de PAZ e AMOR.




Alguma música do musical Hair começa a tocar... (Macro-rubrica)

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Essa pobreza de espírito.

terça-feira, 6 de maio de 2008

cought!

Tendo em vista que estou aqui, em meu lugar, e você aí, em seu lugar, meu peito aperta e se pergunta embalado ao som de algum grupo, "por que é que nao se junta tudo numa coisa só?!"

__

Sinto-me preso aos garotos do meu passado, fico ansioso, nao consigo me esvair pela ponta da caneta.
As vozes a minha volta me irritam, sinto minhas entranhas ficarem túrgidas de algo gélido, tão gélido que queima, queima minhas paixões e meus ódios, sendo eles, viscerais...

__

Ah, como mosca tonta, faz-me seguir seus odores, seus fluídos e me deixas nú. Retira deliciosamente minhas carapaças, minhas resguardas.
Quando me entrego, esperando ser abocanhado, apenas me prendes em seus lábios e me sugas a alma.

Silêncio.
Querido, minhas amígdalas já doem. E a querida Clarice já guardou a sua estrela.
Sim.