domingo, 24 de outubro de 2010

Retomada.

Desta vez sem mesmo conseguir o que nós pretendíamos acabamos descobrindo que estávamos enganados, que não nos saciariamos como outrora pensamos.
O que não é bom, talvez seja um passo a frente, sim, mas definitivamente é melhor ter metas no lugar dessa bússola desnorteada que não sabe para onde me guiar.
O inalcansável parece ter deixado de ser a minha problemática, isso é preocupação para depois, mas no que pensar logo depois de entregar as pálpebras ao breu que costumava te ninar tão bem?

Meu romantismo idílico talvez tenha evoluído - contra a minha vontade racional- e tenha aflorado em algo que promete ser amargo. Amargo. Não sabemos, mas decididamente solitário.
Difícil de nos compreender, mas é como se nós esquecêssemos de uma parte de nós, da nossa história, algo que não poderia ser perdido e que agora só deixou deliciosos pedaços de rastros, acredito que bem mais saborosos do que as experiências que foram, somente para nos deixar mais melancólicos. O que vem agora? Não se sabe, mas esperamos que essa experiência nova ao menos não seja esquecida.

3 comentários:

bruno disse...

Sempre demos preferência aos doces. os azedos por mais que reverberem pequenos prazeres, nos deixam sempre caretas puxando o rosto junto com o que colocamos goela abaixo, por vezes caretas mínimas (o que também são uns prazeres). o amargo, aprendemos a gostar aos pouquinhos, ou com a cerveja, ou com o chocolate, ou com a xícara de café sem açúcar. Não que o doce seja sempre proibido, embora não devemos negar sua parcela de veneno.
Metas nítidas te fazem sentir mais inteiro? Há memórias perdidas, e pedaços que ficam, algumas memórias chegam recentes, e, sem se perceber, todas se modi-ficam.
Aprendi que já não sei ser eu mesmo com tudo isso. Sou pura falta, atos que não tem sentido. às vezes é um alívio, queria assim sempre, se é dor, não há raio de sol que queime onde eu me escondo. sigo uma receita sem rumo, dou em espinhos, amargos, azedos, às vezes são os doces, ou os cheiros: cítricos e frugais. e que venham as novas experências, o que eu me esqueço eu carrego comigo: é o que eu me lembro mais o que eu invento.

Anônimo disse...

e eu acho que eu te vi no 1007, e pensei em te dar oi, mas eu não te vi mais, e me distraí com certas dores.

Andrei Meurer disse...

mas nós nos conhecemos?
bruno me soa meio vago. heh