Eu até escreveria algo dizendo que quero esse início livre de promessas, pois sei que assim você o gosta, mas eu não me permito. Até agora me construi nas promessas.
Bom, o que eu quero mesmo dizer amor, é que nós afundamos.
E que nosso mar calmo de outono esfriou ainda mais com o inverno, e nossas ondas cada vez mais altas, cada vez mais distantes.
Eu estava ontem, aqui mesmo onde lhe escrevo, pensando na amargura que quando em vez me vem a boca. Pensando que não há mais o que admirar em você. Nossa fonte secou.
Me peguei talhando madeira oca, quando minha martelada ia com um pouco mais de força fazia buracos. E eu cansei de me resignar preparando essa massa de serragem com cheiro ocre.
Entendi que no fim você não é nada e que nada podemos construir. Amor, não se sinta tão diminuido, também não sou nada. E se eu não entendo as palavras que saem da sua boca, não é tão ruim, eu também não entendo as que saem da minha.
Aliás, se ainda lhe chamo de amor não é por mais que hipocrisia, por conveniência, carência ou minha libido adolescente.
Me sinto bem em seus braços, mas por que eles são quentes e nada mais.
Descobri que em você não há nada de mais.
E nada de mais amor, você sabe que não é pra mim.
2 comentários:
Texto agoniante. Sufocante.
Acho que tem um 'quê' de inspiração no Caio F, estou certa?
Belos versos como sempre Andrei.
"Um quê de inspiração no Caio F"? Tu lê o Caio? Guri, gostei deste texto e do blog, ao menos de alguns trechos que li enquanto descia o mouse pela página.
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